terça-feira, 30 de setembro de 2008

Novos limites

O tempo passa e a vergonha mantém-se. Há novas fronteiras, novos limites da vergonha. Os salários em atraso continuam, sem explicação, sem uma palavra que justifique o injustificável. Essa palavra seria quase inútil, vinda de quem vem e tão óbvios são os motivos do desrespeito. Mas o 'quase' faz toda a diferença.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades

Pois é. Como eu temia, mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades. Suspiram vozes ocultas, ecoa a revolta escondida no medo. A nova redacção do Janeiro é vítima de salários em atraso, mas continua fiel ao seu dono, na abnegada missão diária de construir um jornal destruído.

Eu sempre respeitei os vizinhos de cima e não deixo de os respeitar só porque se sentaram na minha cadeira. Perdi o lugar. Não mo roubaram. Eles sentam-se na cadeira e agitam os dedos. Escolhem as letras. Esse exercício quase inútil de reanimar um morto não merece, sequer, a recompensa salarial.

Mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades. O Janeiro merecia morrer sossegado.